Camané - O Remorso

Copied!edit Lyrics
original text at lyrnow.com/42970
Batem-me à porta, quem é?
Ninguém responde, que medo
Que eu tenho de abrir a porta

Deu meia-noite na Sé
Quem virá tanto em segredo
Acordar-me a hora morta?

Batem de novo, meu Deus!
Quem é, tem pressa de entrar
E eu sem luz, nada se vê

A lua fugiu dos céus
Nem uma estrela a brilhar
Batem-me à porta, quem é?

Quem é? Quem é? Que pretende?
Não abro a porta a ninguém
Não abro a porta 'inda é cedo

Talvez seja algum doente
Ou um fantasma, porém
Ninguém responde, que medo

Será o fantasma dela
Da que matei. Não o creio!
A vida, a morte
Que importa

Se espreitasse p'la janela
Jesus! Jesus! Que receio
Que eu tenho de abrir a porta
Se espreitasse p'la janela
Jesus! Jesus! Que receio
Que eu tenho de abrir a porta

Feia noite de Natal
A esta hora o Deus menino
Já nasceu na Nazaré

Não há perdão para meu mal
Calou-se o galo
E o sino
Deu meia-noite na Sé

Continuam a bater
Decerto que é a justiça
P'ra conduzir-me ao degredo

Matei, tenho de morrer
Ó minha alma assustadiça
Quem virá tanto em segredo?

Seja quem for, é um esforço
Vou-me entregar ao tormento
Que me vence e desconforta

- Ninguém bateu! É o remorso
Não é ninguém! É o vento
Acordar-me a hora morta
- Ninguém bateu! É o remorso
Não é ninguém! É o vento
Acordar-me a hora morta
 
0

Song Description:

edit soundcloud

SoundCloud:

edit soundcloud

More Camané lyrics

Camané - A Lucinda Camareira
{Carlos do Carmo} A Lucinda camareira Era a moça mais ladina A Lucinda camareira Era a moça mais ladina Mais formosa, mais brejeira Do café da

Camané - Lembro-me de Ti
Eu lembro-me de ti, chamavas-te saudade Vivias num moinho ao cimo dum outeiro Tamanquinha no pé, lenço posto à vontade Nesse tempo eras tu a filha dum moleiro Eu lembro-me

Camané - Bêbado Pintor
Era noite invernosa e o vento desabrido Num louco galopar ferozmente rugia Vergastando os pinhais pelos campos corria Como um triste grilheta ao degredo fugido Num antro

Camané - Empate Dois a Dois
Joguei-te um beijo, ganhei Deste-me o dobro depois Dei-te outro beijo, empatei Empatámos dois a dois Dei-te outro beijo, empatei Empatámos dois a dois Nas vastas

Camané - Despedida
É sempre tristonha e ingrata Que se torna a despedida De quem temos amizade Mas se a saudade nos mata Eu quero ter muita vida Para morrer de saudade Mas se a

Camané - O Louco
O lenço que me ofertaste Tinha um coração no meio Quando ao nosso amor faltaste Eu fui-me ao lenço e rasguei-o Quiseste que eu fosse louco P'ra que te amasse

Camané - Senhora do Monte
Naquela casa de esquina Mora a Senhora do Monte E a providência divina Mora ali, quase defronte Por fazer bem à desgraça Deu-lhe a desgraça também E aquela divina

Camané - Olhos Fatais
Que sorte que Deus me deu E que sempre hei de lembrar Embora não seja ateu Julguei encontrar o céu Na expressão do teu olhar Mas deitaste-me ao deserto Deste mundo

Camané - Quadras Soltas
Junto ao moinho cantando Lavam roupa as lavadeiras Os patos brincam nadando Arrulham pombos nas eiras Os patos brincam nadando Arrulham pombos nas eiras As fontes

Camané - Space Oddity
{Intro - Instrumental} {Verse 1} Ground Control to Major Tom Ground Control to Major Tom Take your protein pills and put your helmet on Ground

YouTube

edit video

Camané

Camané
edit foto

Biography

edit bio
Camané, nome artístico de Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos (20 de dezembro de 1966, Oeiras, Portugal) é um cantor português conhecido por ser uma das mais destacadas vozes masculinas do fado.

Ainda jovem, começa a cantar e a gravar, influenciado pelo meio familiar. Em 1979, aos 13 anos de idade, vence a Grande Noite do Fado, que lhe abre portas para participações em várias produções teatrais de Filipe la Feria na década seguinte, como “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret”.

O primeiro disco mais sério, “Uma Noite de Fados”, sai em 1995. Gravado no Palácio das Alcáçovas, em Lisboa, dá início a uma longa colaboração com José Mário Branco, como produtor.

Para além do fado, o cantor tem feito incursões noutros géneros musicais. Em 2005, abordou compositores brasileiros como Vinicius de Moraes no espetáculo “Outras Canções”, no Teatro S. Luiz, em Lisboa. Em 2014, atuou no Festival Île de France, em Paris, numa homenagem a Cesária Évora, acompanhado pelos músicos da cantora cabo-verdiana.

Enquadrou ainda o projeto Humanos, com Manuela Azevedo e David Fonseca, que recuperou canções de António Variações 20 anos após a morte do cantautor, em 2004.