Camané - Se Amanhã Fosse Domingo
Eu não ia trabalhar
Punha a roupa mais bonita
Para irmos passear
Se amanhã fosse domingo
Eu não ia trabalhar
Se amanhã fosse bem pago
Pelo trabalho que faço
Comprava-te aquele xaile
Para pendurares no braço
E trocava o teu vestido
Pelo trabalho que faço
Se amanhã eu não tiver
Um vintém para uma flor
Coisa que qualquer mulher
Tem como prova de amor
Eu troco tudo o que tenho
Um vintém para uma flor
Se amanhã fosse domingo
De chuva e vento a zunir
Ficávamos no quentinho
A ver a chuva cair
Embrulhados um no outro
Com a roupa de dormir
A fazer planos para a vida
Numa folha de papel
Uma casa com saída
Para a nossa flor-da-pele
Guardada numa gaveta
E atada com um cordel
Se amanhã houver ruído
Na cidade em todo o lado
Vou como estiver vestido
Contigo de braço dado
Hei de encontrar uma flor
Mesmo que tenha secado
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Camané
Biography
Ainda jovem, começa a cantar e a gravar, influenciado pelo meio familiar. Em 1979, aos 13 anos de idade, vence a Grande Noite do Fado, que lhe abre portas para participações em várias produções teatrais de Filipe la Feria na década seguinte, como “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret”.
O primeiro disco mais sério, “Uma Noite de Fados”, sai em 1995. Gravado no Palácio das Alcáçovas, em Lisboa, dá início a uma longa colaboração com José Mário Branco, como produtor.
Para além do fado, o cantor tem feito incursões noutros géneros musicais. Em 2005, abordou compositores brasileiros como Vinicius de Moraes no espetáculo “Outras Canções”, no Teatro S. Luiz, em Lisboa. Em 2014, atuou no Festival Île de France, em Paris, numa homenagem a Cesária Évora, acompanhado pelos músicos da cantora cabo-verdiana.
Enquadrou ainda o projeto Humanos, com Manuela Azevedo e David Fonseca, que recuperou canções de António Variações 20 anos após a morte do cantautor, em 2004.