Cristina Branco - Conta-me dos Vivos

To Rate
Só te conto da pequena guerra
Das saudades que tenho da terra
Ontem pensei que não te via mais
Eu que nem sei rezar, rezei

Nem te conto da noite passada
O céu gemia numa trovoada
E eu franzino que já nem caibo na farda
Um burro de albarda larga

Conta-me dos vivos, para me distrair
Conta-me dos vivos, para me distrair

Meu amor dormi numa trincheira
De pé, à chuva, como uma videira
E até sonhei que já me tinhas esquecido
Eu que nem sei sonhar, sonhei

Ninguém me diz quando isto acaba
Teus pais merecem ver-te bem casada
Um bom homem com trabalho e uma enxada
Será melhor que alma penada

Conta-me dos vivos, para me distrair
Conta-me dos vivos, para me distrair
Conta-me dos vivos, para me distrair

Comments

More Cristina Branco lyrics

Cristina Branco - Saudade [Murmúrios]
Ai, se de saudade Morrerei ou não Meus olhos dirão De mim a verdade Por eles me atrevo A lançar nas águas Que mostrem as mágoas Que nesta alma levo Se me

Cristina Branco - Fado de uma Mulher Feliz Sozinha
Dormi na areia molhada Mordi na boca salgada Um beijo roubado ao mar Um lenço coberto de espuma Recebia uma a uma Todas as ondas sem par Um lenço coberto de espuma

Cristina Branco - Liberdade
Poder ser o que quero Podendo querer ser tudo Ser tudo o que não espero Poder escolher se mudo Poder ser o que quero Podendo querer ser tudo Ser tudo o que não espero

Cristina Branco - Este e o Outro
Se estou só, quero não estar Se não estou, quero estar só Enfim, quero sempre estar Da maneira que não estou Ser feliz é ser aquele E aquele não é feliz Porque

Cristina Branco - Noite Apressada
Era uma noite apressada Depois de um dia tão lento Era uma rosa encarnada Aberta nesse momento Era uma boca fechada Sob a mordaça de um lenço Era afinal quase

Cristina Branco - Rio de Nuvens
Nuvens correndo num rio Quem sabe onde vão parar Fantasma do meu navio Não corras, vai devagar Fantasma do meu navio Não corras, vai devagar Sonhos içados ao

Cristina Branco - Passos Certos
Incertos são os passos repetidos Incertos sem saber andar Se sigo por caminhos já vividos Não sei que passos ficam por pisar O medo de pisar em chão errado Leva-me

Cristina Branco - Essa Tristeza
Não sei que tristeza é esta Que quando eu canto aparece Assim como um fim de festa Ou um prazer que entristece Talvez um sonho perdido Uma culpa sem razão Ou um

Cristina Branco - Folha em Branco
Vivo à margem dos meus planos Não desenho os meus enredos Não há páginas de enganos Nem rascunho dos meus medo Não há páginas de enganos Nem rascunho dos meus medo

Cristina Branco - Senhora do Mar Redondo
Senhora do mar redondo Que rezas hei de rezar Tenho filhos, tenho pais Tenho avós que são do mar Que rezas hei de rezar Sem que se ofenda o mar? Senhora do mar

Cristina Branco

Cristina Branco (nascida a 28 de dezembro de 1972, Almeirim, Portugal) é uma cantora portuguesa conhecida pela interpretação de fados do reportório de Amália Rodrigues e pela sua conexão forte com a poesia.

Na sua juventude, nunca se interessou muito pelo fado, apesar de viver no Ribatejo, terra do fado marialva. Contudo, certo dia, o avô mostra-lhe um disco de Amália e fica deslumbrada, mas isso não chegou para a convencer pelo caminho do fado. Foi numa taberna em Almeirim que sentiu o impulso para cantar e a sua voz convenceu os guitarristas presentes, nomeadamente Custódio Castelo, com quem viria a casar-se.

O primeiro disco, “Cristina Branco In Holland” (1998), surge da iniciativa de José Melo, fotógrafo e presidente do Círculo de Cultura Portuguesa na Holanda, que aprecia a sua prestação no programa “Praça da Alegria” da RTP1 e convida-a a cantar em Amesterdão.

Desde então, tem construído uma carreira internacional, com concertos um pouco por todo o mundo. Junta colaborações com alguns dos seus poetas e compositores favoritos, como Manuela de Freitas, Jorge Palma, Pedro da Silva Martins ou Mário Laginha, e “Menina” (2016) foi considerado o Melhor Disco pela Sociedade Portuguesa de Autores em 2017.