Cristina Branco - Cristal

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Tinha algum vinho ainda o copo que atirei
Por cima do meu ombro e foi cair ao Tejo
De madrugada, amor, havia esse lampejo
Do fogo em teu olhar a impor-se a sua lei

Da minha sombra à tua, em sombras pelo cais
Tinha um som 'inda rouco o fado que eu cantava
Tão perto já de ti, não sei se respirava
Nem se era para sempre ou p'ra nunca mais

Meu amor, meu amor, meu amor, por quanto me dizias
Estranho murmurar levado pelo vento
Por quanto era paixão e agora é desalento
O meu rosto estremece em águas tão sombrias

Por quanta embriaguez então nos consumiu
Fiquei como o cristal, mas creio que esqueceste
Do copo em que bebi e tu também bebeste
Que foi cair ao rio e nele se partiu

Meu amor, meu amor

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Cristina Branco

Cristina Branco (nascida a 28 de dezembro de 1972, Almeirim, Portugal) é uma cantora portuguesa conhecida pela interpretação de fados do reportório de Amália Rodrigues e pela sua conexão forte com a poesia.

Na sua juventude, nunca se interessou muito pelo fado, apesar de viver no Ribatejo, terra do fado marialva. Contudo, certo dia, o avô mostra-lhe um disco de Amália e fica deslumbrada, mas isso não chegou para a convencer pelo caminho do fado. Foi numa taberna em Almeirim que sentiu o impulso para cantar e a sua voz convenceu os guitarristas presentes, nomeadamente Custódio Castelo, com quem viria a casar-se.

O primeiro disco, “Cristina Branco In Holland” (1998), surge da iniciativa de José Melo, fotógrafo e presidente do Círculo de Cultura Portuguesa na Holanda, que aprecia a sua prestação no programa “Praça da Alegria” da RTP1 e convida-a a cantar em Amesterdão.

Desde então, tem construído uma carreira internacional, com concertos um pouco por todo o mundo. Junta colaborações com alguns dos seus poetas e compositores favoritos, como Manuela de Freitas, Jorge Palma, Pedro da Silva Martins ou Mário Laginha, e “Menina” (2016) foi considerado o Melhor Disco pela Sociedade Portuguesa de Autores em 2017.