Cristina Branco - Chegada
Depois de longos dias à mercê da tempestade E por vezes atirado ao chão da cama onde dormia Admirado com seu modo de viver, Lisboa doce cidade Sentei-me neste chão onde o sol bate e
Cristina Branco - Mulher à Janela
Nunca aquele portão se abre Tão é a janela Que lá os campos se veem nos olhos dela O rio a floresta enlaça em coroa de azul E pedras que verde vão passando corças esbeltas E
Cristina Branco - Aquele Tão Triste Dia
No meio da claridade Daquele tão triste dia Grande era a cidade E ninguém me conhecia Então passaram por mim Dois olhos lindos Depois, {?} enfim
Cristina Branco - Rio de Nuvens VIII
Turva hora onde principia a noite E o dia se esconde Hora de abandonos Em que a gente esquece Aquilo que somos E o tempo adormece Nevoenta hora de ninguém Em
Cristina Branco - Canto Ainda por Alguém
Canto ainda por alguém Que não voltarei a ver Cantam meus olhos também Teus olhos, sem o saber Dizem que trago mais triste O cansaço no olhar Com a cor de quem
Cristina Branco - Nevoeiro
Não sei quem sou nem quem és Há muito perdi o rumo Entre nevoeiro e fumo Vou e venho nas marés Não sei quem sou nem quem és Não sei se és orla de espuma Se és
Cristina Branco - O Meu Cavalo Passeia
O meu cavalo passeia comigo à borda do mar Vai ele beijando a areia e eu vendo o tempo a passar O meu cavalo não gosta de rédeas para correr Só ele me dá resposta, só ele posso
Cristina Branco - Verdes são os Campos
Verdes são os campos Da cor de limão Assim são os olhos Do meu coração Campo, que te estendes Com verdura bela Ovelhas, que nela Vosso pasto tendes De ervas
Cristina Branco - Fado Louco
Num fado louco e vazio Tracei um caminho frio Que meus passos palmilharam Andei por vales e montes Bebi a água das fontes Mas os meus lábios secaram Vão nos meus
Cristina Branco - Saudades de Júlia Mendes
Ó Júlia Trocas a vida pelo fado P'lo fado Esse malandro vadio Ó Júlia Olha que é tarde Toma cuidado Leva o teu xaile traçado Porque de noite faz frio