★ Verso 1 ★ Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Sou o resquício O fim do ciclo que te remete ao início O saciar da vontade e a gênese do vício Levo a caneta ao papel ou seringa à pele O ato é o mesmo À beira do precipício o vazio é mel E o chamamento é a prova dos nove entre o real e o abismo O grito lá de baixo sai límpido Cristalino faz sentido como não tinhas visto Sou atraído pela razão do caos E o suave funcionar do cataclismo Nem o relógio cumpriria a sua função tão corretamente Quanto ao correr do tempo Apreciar os segundos tão pausadamente Sabendo que estes são tão certos como o vento vai e vem Qual o sentido que a tua moca tem? Ser a pena que relata o sentido do além Ou doar a divindade e criar o mundo refém? A fibra da existência nada é para quem a molda bem Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Deixa virar mudo quem fala sem ter certezas A pedra é da caneta, completa quem contempla Azar e destreza trazem-me sorte na mesma Mais uma pergunta de merda mas vou fazê-la Vais fugir à norma ou tentar concebe-la? Saltar à corda ou tentar outra proeza? Dar ênfase à discórdia e mais forma à cadência Claro que é da pedra, pode é não ser da mesma Se bate até que fura, afunda de certeza Se a sarda não dura para quê descreve-la? Criticas quem desfruta, tu querias era tê-la Com uma mão na nuca e zero na consciência Cola em quem flutua, estuda esta ciência Se falhar peço desculpa, não penitência E vou esculpir a pedra e fazer dela letra Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Foi sem medos a escrever que eu apanhei esta pedra À vontade contigo mesmo, facilita quem tu eras Caos em guerra das noitadas amarelas Há muitas noites que viram pedras ou novelas Fazer som é isto, e muito mais não digo Preencher folhas contigo torna-se mais divertido Mas antes de o ter dito Questionei alguns amigos para que fique bem definido Que no fundo somos isto É a sujidade de cada um com a pureza de todos Não me sentia tão vazio desde o nosso último encontro É amar bem é amar morto É um sabor amargo que se esconde por detrás do esgoto Há quem faça por gosto e não gosta de te ouvir As diferenças que te marcam mexem-te com os ouvidos Mas foi pela pedra que consegui sentir Foram alturas menos boas mas que fizeram sentido Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Tive de construi-la mas antes decifrá-la Para conseguir senti-la depois de apanhá-la E lá me questiono do porquê Até que ponto a minha credibilidade juntamente com a do outro Por onde se encontrava, se o tempo se alcançava Se o espaço mais próximo sabe-se lá onde estava Quando a minha resposta se torna na pergunta E estou num Ping Pong até ficar em dúvida Se for só da pedra o som fica chato Se não for o que digo mas sim aquilo que faço Tornam-se nas soluções para caminhar passo a passo Mas por cada curva continuo no mesmo lado Exijo uma explicação E só te estendo a mão se for uma pedra com razão E se existisse ou não, tiravas-lhe a conclusão? E partias do início O que está na aviação? O que está depois do cubico? Uma viagem bem manhosa e sem o cinto Daí o psicadelismo e sem haver um sítio fixo Com o proveito duns guitos se andar por aí Sem sentido mas bem sentido para quem joga assim Pode ser da minha cabeça mas é sinistro Ou a moca acaba ou lá me despisto
★ Verso 2 ★ Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Cheio de frio a ouvir a estrela Porque quando quis dar a ela vim parar à Terra Passam-me a fé toda num acidente do qual eu fui cobaia Enlouqueço mas ninguém me deu opiniões contrárias É difícil agarrar numa conversa com qualquer entidade Porque ninguém tem tempo para ouvir o que quero mostrar Algo dentro de mim diz: “relaxa já, antes de pensares noutra pensa nesta faixa” Ah, ok, era isso O que é que eu posso dizer que não possa ser ridículo? Averigúem ou esqueçam esta minha aventura Estou só a pedir ajuda e acabo por sentir culpa É verdade ou não? Rimes o que rimares eu só pus Um mega parênteses no teu discurso Porque quando não falas da pergunta o que dizes não interessa E se achas que estou errado estou cá ainda à tua espera Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? O reencontro é óbvio com os melhores exemplares Até ao ponto de ignição a criar ambientes invulgares Sem avantajares como em jantares populares E os problemas de viajar são os de ficares sem voltares Habituado a escrever letras, puxar das gavetas Mesmo sem mocas e piruetas, sóbrio das cornetas Sim. Eu já tentei e deu resultado na escrita Grita o meu nome numa sanita e no final vomita Ontem e hoje é 0 de álcool nas artérias Com miséria de fumos escondidos por debaixo de terras Mistura desses dois deixam-me na idade da pedra Consumo o fumo de erva boa, comum a quem se integra Dá-me mil razões para fazer sons sem dizer o contrário Se o beat é bom, conhecemos o dono e qual o seu Armário Moca passada vai que estagna no agora exacto Encostados dentro de um cubo sem barulho e aparato Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Tudo ao mesmo tempo Quero agarrar-lhe, não consigo O mundo escapa-me entre os dedos Capa de segredos partilhados Até à última gota na garrafa deste frasco Eu tenho medo é de encontrar-me no fundo deste poço Nunca alcançar-me no espelho dos teus olhos Somos uns dos outros, tu estás a falar a sério? Somos uns os outros não respondas sem critério A vida é uma pergunta, a dúvida é legítima Resposta é traiçoeira, andas cá há quantas sinas? Não respondas, incessantemente repete Se eu pudesse esticava o “S” até que de uma linha se tratasse A morte não é um uniforme A dúvida é como um perfume Recolhe Espalhou-se Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? No fundo o que é que importa se for teu? Opino mas não me oponho se o viveres Se o beat se comporta já viveu Morreu perdido em folhas com dizeres Vidrado em vidas vividas por elas só Escrever em tinta permanente em jogo de dominó Erros acabam rasurados sem nunca desaparecer Comparo marcas do papel ao atalho do ser Facilidade de um precipício, dogma que apela ao vício Sacrifica o cruzadeco sem salas de hospício No início parece verdade universal O fundo da garrafa esconde todo o mal Libertação, alívio, mutilação, satírico Tudo depende da razão ligado a algo empírico No fundo a grande guerra tem poder da sensação Era só da pedra mas existia ou não?
★ Verso 3 ★ Sonhos que deixei de curtir Partilhei, disseram-me para ir dormir Não consigo aqui, o meu pai leva-me Afinal a ganza não batia, era a conversa na boleia Amor entre contrários parecia que fazia mal à cabeça Mas se agora escrevo isto voltámos a tê-las Nada me tira o sono ou tudo tira o despertar? São oito de lado É verdade que estou com a pedra mas porquê tanta agressividade? Porque ela nem se mexe… Ficar calmo assusta-me muito mais do que toda a gente maluca Sentir felicidade e repulsa por ela por ser uma Prefiro ir com o rebanho Que se foda o nome que dou para a família que tenho Caso vá para o campo é porque lá não me sinto tão distante Viagem é chata mas rápida Vai pela raiz do ser humano adiante Como todas irregular, não podemos fazer planos Somos putos a ver o todo agradável É com o útil que nós o sujamos Pedimos para tirarem a nódoa Mãe e pai ocupam-se, a merda é nossa Ando a juntar uns trocos para ver se chega o dia em que nunca mais lá toco Talvez seja impossível, parece mas eu consigo O que é que queres que eu aposte? Dou-te tudo menos isso Largo tudo menos isso Diz tudo menos isso Leva tudo menos isso Penso em tudo menos isso Brinco com tudo menos isso Vou desarrumar o mundo e não querer saber onde o pus Tudo menos isso, pede ajuda e eu procuro
Uno - Alma Corpo {Letra de "Alma Corpo"} {Intro} Para todos os espíritos que me tocam e eu nem sequer dou por isso Sabe-se lá o que é que se passa na cabeça deles
Uno - Sempre a rir mas não relaxo {Letra de "Sempre a rir mas não relaxo"} {Verso 1} Mais uma dose de clareza, viciado em mandar vir Mais explicações para o que oiço mas o pessoal
Uno - Cria {Letra de "Cria"} {Verso 1} Quem manda nesta merda anestesiou-me e enviou-me para longe Filho bastardo da vossa reacção política Porque quero uma
Uno - Tudo Nosso {Letra de "Tudo Nosso"} {Verso 1} Entre nós há uma ponte em chamas Debaixo de água porque isto é tudo nosso Só poluição, garrafas sem mensagem
Uno - A Família faz o jogo {Letra de " A Família faz o jogo"} {Verso 1} Deu à luz um ditador, mas como era a criadora Sempre pensou que não perdia o controlo Deixou de lhe
Uno - Ping Pong {Letra de "Ping Pong"} {Verso 1} Ping Pong, qual é que foi o meu erro? Porque raio eu ganho quando perco? Espero que a rede fique no meio É
Uno - Não dormi na aula {Verso} Passo a passo tropeço no passado e caio sem futuro A pensar como o tempo passa e eu passo-o a ver passar tudo Dá-me lume para ver o meu mundo através do fumo E
Uno - Uomo come gli altri {Testo di "Uomo come gli altri"} {Strofa 1} Muore il giorno nella città Resti solo anche tu Stai aspettando il tuo momento Che non viene
Uno - Se solo fossi di più Che triste ora quando ti guardo Provo solo dell'imbarazzo Non fingere che il mio cuore è marmo, marmo Coprirei la faccia, no No mi servirà I tuoi occhi addosso come
Uno - Back In The Days Back in the days, passar mal enquanto passo bem Camõesinho, Areeiro 95/96 é a geração javarda Balões, táxi pára Persegue a escumalha toda mas aqui não