José Viana - Mãos sujas

Copied!edit Lyrics
original text at lyrnow.com/2055598
Mãos sujas do suor, mãos negras do trabalho
Penhor da gente humilde, o seu melhor brasão
São quem maneja a serra e quem empunha o malho
São quem desbrava a terra e quem semeia o pão

Mão queimadas pelo sol das ceifas dos trigais
Ungiram-se de mosto nas dornas dos lagares
Andaram na montanha a derrubar pinhais
Nas galeras do sonho atravessaram mares

Ter as mãos sujas do trabalho é ser alguém
O que só pode acontecer aos homens sãos
Tenho as mãos sujas, que me importa, ainda bem, ai de quеm
Não tem coragem pra sujar um dia as mãos

Mãos sujas dos metais е do carvão das minas
Mãos que sabem rezar ao toque das Trindades
Mãos que na rocha negra e áspera das colinas
Ergueram catedrais, aldeias e cidades

Mãos que um dia, na França, olhando a Pátria-Mãe
E pegaram num clarim, tocando a unir fileiras
Andaram arranhando a terra de ninguém
E amassaram com o sangue o barro das trincheiras

Ter as mãos sujas do trabalho é ser alguém
O que só pode acontecer aos homens sãos
Tenho as mãos sujas, que me importa, ainda bem, ai de quem
Não tem coragem pra sujar um dia as mãos
 
0

Song Description:

edit soundcloud

SoundCloud:

edit soundcloud

More José Viana lyrics

José Viana - Isto só há em Lisboa
Sardinheiras nos beirais Uma voz que um fado entoa Craveiros numa janela Isto só há em Lisboa A raça duma chinela Ao passar na Madragoa O gingar duma varina Isto só

José Viana - Maria Severa
Desceu à vala comum uma formosa cigana Nome: Maria Severa; Apelido: Onofriana Morada: no 35 da Rua do Capelão A causa da sua morte: doença do coração No dia primeiro de Dezembro

José Viana - O Chico do Alegrete
Foi o rei da Mouraria, chamavam-lhe “o diabrete” Seu nome era Chico Silva, o Chico do Alegrete Viveu, viveu de portas adentro com a Maria Severa E se alguém a ofendia, o Chico era uma

José Viana - Olha o coco
Olha o coco Olha o coco Olha o coco Não percas o coco Porque o coco é pouco Olha o coco Olha o coco Olha o coco Não percas o coco Porque o coco é

José Viana - O fado
No coração da hora triste Havia uma lança em riste Em cada roseira brava Afogado em bizarria O fado já nem sabia Se cantava, se chorava Mas quando Dias Coelho

José Viana - Zé Cacilheiro
Quando eu era rapazote Levei comigo no bote Uma varina atrevida Manobrei e gostei dela E lá me atraquei a ela P'ró resto da minha vida Às vezes numa pessoa

José Viana - O pastor da serra
Do Algarve até ao Minho Na serra, no litoral Os barcos com o linho Com o trigo, o carvão e o sal Soldado amigo, o povo está contigo Soldado amigo, o povo está

José Viana - Fado 31
É o fado nacional, prò pagode e prò banzé Como este não há nenhum Tudo bate em Portugal ó-la-ri-la, ó-la-ré O fado do 31 À porta da Brasileira Dois bicos encontram

José Viana - Maria do Tejo
Maria do Tejo Maria que eu vejo A olhar o mar Teu amor primeiro Foi um marinheiro Que não quis votar Maria do Tejo Sei que o teu desejo É um

José Viana - Fado dos sonhos
Quer alegres, quer tristonhos Não há nada como os sonhos Que me trazem encantado E que coisa singular A gente vê a sonhar O que não vê acordado Tive d'um sonho