Camané - Cabaré
Foi num cabaré de feira, ruidoso Que uma vez ouvi cantar, comovido Uma canção de rameira, sem ter gozo Que depois me fez chorar, bem sentido Era a canção da alegria, couplé
Camané - Mocita dos Caracóis
Mocita dos caracóis Não me deixes minha querida Não ouves os rouxinóis A cantarem como heróis A história da nossa vida Se abalares da nossa herdade Os teus
Camané - O Remorso
Batem-me à porta, quem é? Ninguém responde, que medo Que eu tenho de abrir a porta Deu meia-noite na Sé Quem virá tanto em segredo Acordar-me a hora morta?
Camané - A Lucinda Camareira
{Carlos do Carmo} A Lucinda camareira Era a moça mais ladina A Lucinda camareira Era a moça mais ladina Mais formosa, mais brejeira Do café da
Camané - Lembro-me de Ti
Eu lembro-me de ti, chamavas-te saudade Vivias num moinho ao cimo dum outeiro Tamanquinha no pé, lenço posto à vontade Nesse tempo eras tu a filha dum moleiro Eu lembro-me
Camané - Bêbado Pintor
Era noite invernosa e o vento desabrido Num louco galopar ferozmente rugia Vergastando os pinhais pelos campos corria Como um triste grilheta ao degredo fugido Num antro
Camané - Empate Dois a Dois
Joguei-te um beijo, ganhei Deste-me o dobro depois Dei-te outro beijo, empatei Empatámos dois a dois Dei-te outro beijo, empatei Empatámos dois a dois Nas vastas
Camané - Despedida
É sempre tristonha e ingrata Que se torna a despedida De quem temos amizade Mas se a saudade nos mata Eu quero ter muita vida Para morrer de saudade Mas se a
Camané - O Louco
O lenço que me ofertaste Tinha um coração no meio Quando ao nosso amor faltaste Eu fui-me ao lenço e rasguei-o Quiseste que eu fosse louco P'ra que te amasse
Camané - Senhora do Monte
Naquela casa de esquina Mora a Senhora do Monte E a providência divina Mora ali, quase defronte Por fazer bem à desgraça Deu-lhe a desgraça também E aquela divina