Camané - A Lucinda Camareira

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Carlos do Carmo

A Lucinda camareira
Era a moça mais ladina
A Lucinda camareira
Era a moça mais ladina

Mais formosa, mais brejeira
Do café da Marcelina
Mais formosa, mais brejeira
Do café da Marcelina

Camané

De maneira graciosa
Sobre um lindo penteado
De maneira graciosa
Sobre um lindo penteado

Trazia sempre uma rosa
Cor de rosa avermelhado
Trazia sempre uma rosa
Cor de rosa avermelhado

Carlos do Carmo

Eu vivi enfeitiçado
Por aquela feiticeira
Que airosamente ligeira
Servia de mesa em mesa

Camané

Tinha feições de princesa
A Lucinda camareira
Tinha feições de princesa
A Lucinda camareira

Carlos do Carmo

Primando pela brancura
O seu avental de folhos
Primando pela brancura
O seu avental de folhos

Realçava-lhe a negrura
Encantadora dos olhos
Realçava-lhe a negrura
Encantadora dos olhos

Camané

Nem desgostos nem abrolhos
Sofrera desde menina
Que apesar de libertina
Orgulhosa e perturbante

Carlos do Carmo

No velho café cantante
Era a moça mais ladina
No velho café cantante
Era a moça mais ladina

Camané

Os marialvas em tipóias
Vinham da baixa num salto
Os marialvas em tipóias
Vinham da baixa num salto

Ver a mais linda das jóias
Ao café do Bairro Alto
Ver a mais linda das jóias
Ao café do Bairro Alto

Carlos do Carmo

A camareira que exalto
De tão singular maneira
Era amada pela cegueira
Que a palavra amor requer

Camané

Para mim era a mulher
Mais formosa e mais brejeira
Para mim era a mulher
Mais formosa e mais brejeira

Numa noite de fim d'ano
Em que certo cantador
Numa noite de fim d’ano
Em que certo cantador

Cantava ao som do piano
Cantigas feitas de amor
Cantava ao som do piano
Cantigas feitas de amor

Carlos do Carmo

Um cigano alquilador
De tez bronzeada e fina
Por afortunada sina
A Lucinda conquistou

Carlos do Carmo & Camané

E para sempre a levou
Do café da Marcelina
E para sempre a levou
Do café da Marcelina

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Camané

Camané, nome artístico de Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos (20 de dezembro de 1966, Oeiras, Portugal) é um cantor português conhecido por ser uma das mais destacadas vozes masculinas do fado.

Ainda jovem, começa a cantar e a gravar, influenciado pelo meio familiar. Em 1979, aos 13 anos de idade, vence a Grande Noite do Fado, que lhe abre portas para participações em várias produções teatrais de Filipe la Feria na década seguinte, como “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret”.

O primeiro disco mais sério, “Uma Noite de Fados”, sai em 1995. Gravado no Palácio das Alcáçovas, em Lisboa, dá início a uma longa colaboração com José Mário Branco, como produtor.

Para além do fado, o cantor tem feito incursões noutros géneros musicais. Em 2005, abordou compositores brasileiros como Vinicius de Moraes no espetáculo “Outras Canções”, no Teatro S. Luiz, em Lisboa. Em 2014, atuou no Festival Île de France, em Paris, numa homenagem a Cesária Évora, acompanhado pelos músicos da cantora cabo-verdiana.

Enquadrou ainda o projeto Humanos, com Manuela Azevedo e David Fonseca, que recuperou canções de António Variações 20 anos após a morte do cantautor, em 2004.