Camané - O Pagem
Todas as noites um pagem Com voz linda e maviosa Ia render homenagem À marquesinha formosa Mas numa noite de agoiro O marquês fero e brutal Naquela garganta de oiro
Camané - Ironia
Na vida de uma mulher Por muito séria que a tomem Há sempre um homem qualquer Trocado por qualquer homem Há sempre um homem qualquer Trocado por qualquer homem O
Camané - Aquela Triste e Leda Madrugada
Aquela triste e Ieda madrugada Cheia toda de dor e piedade Enquanto houver no mundo saudade Quero que seja sempre celebrada Ela só quando alegre e marchetada Saía dando
Camané - Uma vez que já tudo se perdeu
Que o medo não te tolha a tua mão Nenhuma ocasião vale o temor Ergue a cabeça dignamente irmão Falo-te em nome seja de quem for No princípio de tudo o coração Como o
Camané - Cabaré
Foi num cabaré de feira, ruidoso Que uma vez ouvi cantar, comovido Uma canção de rameira, sem ter gozo Que depois me fez chorar, bem sentido Era a canção da alegria, couplé
Camané - Mocita dos Caracóis
Mocita dos caracóis Não me deixes minha querida Não ouves os rouxinóis A cantarem como heróis A história da nossa vida Se abalares da nossa herdade Os teus
Camané - O Remorso
Batem-me à porta, quem é? Ninguém responde, que medo Que eu tenho de abrir a porta Deu meia-noite na Sé Quem virá tanto em segredo Acordar-me a hora morta?
Camané - A Lucinda Camareira
{Carlos do Carmo} A Lucinda camareira Era a moça mais ladina A Lucinda camareira Era a moça mais ladina Mais formosa, mais brejeira Do café da
Camané - Lembro-me de Ti
Eu lembro-me de ti, chamavas-te saudade Vivias num moinho ao cimo dum outeiro Tamanquinha no pé, lenço posto à vontade Nesse tempo eras tu a filha dum moleiro Eu lembro-me
Camané - Bêbado Pintor
Era noite invernosa e o vento desabrido Num louco galopar ferozmente rugia Vergastando os pinhais pelos campos corria Como um triste grilheta ao degredo fugido Num antro