Camané - Senhora do Monte

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Naquela casa de esquina
Mora a Senhora do Monte
E a providência divina
Mora ali, quase defronte

Por fazer bem à desgraça
Deu-lhe a desgraça também
E aquela divina graça
E aquela divina graça
Que Nossa Senhora tem

Senhora tão benfazeja
Que a própria Virgem Maria
Não sei se está na igreja
Se naquela moradia

Co'a mágoa que desconsola
A pobreza se conforta
Na certeza duma esmola
Na certeza duma esmola
Quando bate àquela porta

E o luar da lua cheia
Ao bater-lhe na janela
Reforça a luz da candeia
No alpendre da capela

Vai lá muita pecadora
Que de arrependida, chora
Mas não é Nossa Senhora
Mas não é Nossa Senhora
Que naquela casa mora

Vai lá muita pecadora
Que de arrependida, chora
Mas não é Nossa Senhora
Mas não é Nossa Senhora
Que naquela casa mora

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Camané

Camané, nome artístico de Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos (20 de dezembro de 1966, Oeiras, Portugal) é um cantor português conhecido por ser uma das mais destacadas vozes masculinas do fado.

Ainda jovem, começa a cantar e a gravar, influenciado pelo meio familiar. Em 1979, aos 13 anos de idade, vence a Grande Noite do Fado, que lhe abre portas para participações em várias produções teatrais de Filipe la Feria na década seguinte, como “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret”.

O primeiro disco mais sério, “Uma Noite de Fados”, sai em 1995. Gravado no Palácio das Alcáçovas, em Lisboa, dá início a uma longa colaboração com José Mário Branco, como produtor.

Para além do fado, o cantor tem feito incursões noutros géneros musicais. Em 2005, abordou compositores brasileiros como Vinicius de Moraes no espetáculo “Outras Canções”, no Teatro S. Luiz, em Lisboa. Em 2014, atuou no Festival Île de France, em Paris, numa homenagem a Cesária Évora, acompanhado pelos músicos da cantora cabo-verdiana.

Enquadrou ainda o projeto Humanos, com Manuela Azevedo e David Fonseca, que recuperou canções de António Variações 20 anos após a morte do cantautor, em 2004.